Porque os sacerdotes não se casam? Não solucionaríamos o problema das vocações com um celibato optativo?




Fonte: El Teólogo Responde
Autor: Pe. Miguel Ángel Fuentes, I.V.E.
Tradução: Rogério Hirota (SacroSancttus) - em 12/Mar/2008


Pergunta:

Participo de uma equipe de liturgia em minha paróquia e estou consciente de que os sacerdotes são homens e tem as mesmas necessidades que nós leigos. Como posso explicar a algumas pessoas que perguntam com espanto sobre o porquê de alguns sacerdotes de minha diocese ter mulher e filhos? Como explicar tudo isso tendo em conta que fizeram a promessa do celibato em sua ordenação? Como defender verdadeiramente esta postura de que os sacerdotes não possuam mulher? É uma questão teológica ou pastoral? Obrigado.

Resposta:

Estimado:

Quando somos perguntados às razões do celibato, temos de ter o cuidado de dar respostas fáceis mas que no fundo não respondem adequadamente ao tema.

Históricamente sabemos que Jesus Cristo não o impôs no Novo Testamento, ainda que tenha recomendado tanto com seu próprio exemplo (foi virgem) ou de modo explícito como ideal de vida cristã pelo Reino dos Céus (cf. Mt 19,12; 19,29). O mesmo disse São Paulo (cf. 1 Cor 7,7 e seguintes).

Na antigüidade cristã, os Padres e os escritores eclesiásticos dão testemunho da difusão, tanto no Ocidente como no Oriente, da livre prática do celibato entre os sagrados ministros pela sua grande conveniência em relação a total dedicação ao serviço de Deus e de sua Igreja.

A Igreja do Ocidente, desde os primórdios do século IV, colaborou, extendeu e sancionou esta prática. Inclusive (e isto é claro) nos momentos de grande decadência moral entre o clero (o celibato sempre foi visto como uma graça e um dom que devia-se conservar). A obrigação do celibato foi solenemente sancionada pelo Concilio de Trento[1] e incluida no Código de Direito Canônico:

Cân. 277- "Os clérigos são obrigados a observar a continência perfeita e pérpetua por causa do Reino dos Céus, por isso, são obrigados ao celibato, que é um dom especial de Deus, pelo qual os ministros sagrados podem mais facilmente unir-se a Cristo de coração indiviso e dedicar-se mais livremente ao serviço de Deus e dos homens" [2]

A legislação das Igrejas Orientais é diversa até certo ponto. O Concilio Trullano, no ano 692, sancionou a exigência da continência absoluta para os bispos, ainda que para todos os clérigos inferiores antes da ordenação era concedido a permissão de contrair o matrimônio; mas não depois da mesma. Portanto no Oriente também existe a tradição do celibato (para os bispos, que são aqueles que possuem a plenitude do sacerdócio e para os sacerdotes que tenham sido ordenados sem haver se casado antes)[3].

1. Razões para a conveniência do celibato

Como foi assinalado pelo Concilio Vaticano II, o celibato 'não é exigido pela mesma natureza do sacerdócio' (de fato na Igreja primitiva houve a prática comúm do sacerdócio célibe e do sacerdócio casado, que ainda é usado na tradição das Igrejas orientais), mas 'o celibato está em múltipla harmonía com o sacerdócio' [4]. Notemos a diferença: não é exigido pela natureza, mas que existe uma múltipla harmonía com esta mesma natureza. Isto significa que entre o sacerdócio e o celibato existe múltiplas razões de conveniência. Quais são?

1) Conveniência com a mesma natureza do sacerdócio [5].

O sacerdócio ministerial se configura com Jesus Cristo, único sacerdote. O celibato radicaliza esta configuração.

Com efeito, o sacerdote é outro Cristo sacramental, ontológicamente assimilado, em virtude de seu 'caráter': o Verbo Encarnado, o Cristo Sacerdote Imolado sobre a cruz e o Cristo ressucitado.

Vejamos, a virgindade forma parte da criação renovada por Cristo, o novo Adão. Ele entrou no mundo e na historia para fundar esta nova ordem de coisas que não foi tributado da carne e do sangue, a economia do Espírito Santo. Por isso, sendo sacerdote de uma nova humanidade, não devia nascer como os outros homens mas do Espírito Santo e da Virgem Maria. Santo Ambrósio escreveu: 'Adão nasceu da terra virgem, Cristo da Virgem' [6]. Sendo assim não é conveniente que o sacerdote, configurado pela virtude de seu caráter e em pertença perpétua a Cristo, único mediador, traduza esta pertença por meio de seu celibato que o faz viver exclusivamente para seu Mestre? Pelo fato de que Jesús teve que nascer de uma Virgem, São Cirilo de Jerusalén deduz que 'todo sacerdote que quiser servir ao Filho de Deus como convêm tem de se abster da mulher' [7].

Igualmente, Cristo, sacerdote da humanidade, se fez solidário conosco ao assumir nossa carne de pecado (cf. Rom 8,3). Mas esta carne de pecado foi por Ele definitivamente imolada sobre a cruz (cf. Rom 8,3; Ef 2,14-16). Cristo morreu para a carne de uma vez por todas; os cristãos unidos a Ele, não estão mais na carne (cf. Rom 7,5; 8,9); estão crucificados (cf. Gál 5,24) e despidos pelo batismo (cf. Col 2,11). Caminham na carne mas não estão sujeitos a ela (cf. 2Cor 10,3) mas que a domina por sua união com Cristo na fé (cf. Gál 2,20). E entre todos os cristianos, os vírgens dominan a carne a tal ponto que são voluntariamente desenraizados da carne e procuram de viver além deste mundo que passa, como se as leis deste mundo não tivessem nada haver com eles. É lógico que o sacerdote, configurado com Cristo imolado e morto para a carne, também pelo seu celibato é desenraizado da esfera carnal, a fim de se assemelhar o máximo possível a Ele.

2) Conveniência psicológica do celibato: permite dedicar-se de modo exclusivo a Cristo

No plano psicológico, o celibato não é a renuncia do amor; é antes um grande amor e sinal de amor. Tertuliano já proclamava como uma união matrimonial divino: 'Quantos vemos nas órdens sagradas que abraçam a continência e contraindo núpcias com Deus, tem reestabelecido a honra de sua carne e consagrando filhos temporais para a eternidade, mortificando em sí mesmos a concupiscência do desejo e tudo lo que está excluido do paraíso'[8].

Evidentemente, sem a caridade, como diz São Gregório, 'a castidade não é grande'; somente é valido pelo amor que a inspira e pelo mais alto amor a que conduz [9].

Por isto, São Paulo, vê no cristão não unido pelos vínculos matrimoniais, um homem que se preocupa com as coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor, enquanto o homme casado se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar a sua mulher e por esta razão, está dividido (cf. 1Cor 7,29-34).

A castidade dá ao amor o rosto austero da cruz, o sinal que Deus escolheu para o amar, porque seu amor para conoscos expressou-se no sacrifício de si mesmo para nos salvar.

3) Conveniencia social del celibato: concede un amor universal

A castidade sacerdotal concede ao sacerdote amar com amor universal a todos, com amor transcendente a maneira do amor paternal de Deus. O celibato do sacerdote une indivisivelmente osacerdote a comunidade e o põe a servicio dela por uma paternidade maior. Já dizia Orígenes (século III): 'Também na Igreja os sacerdotes podem ter filhos, mas da maneira que se disse: Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto, até que Cristo seja formado em vós (Gál 4,19)'[10].

Santo Efrém felicitava a um bispo chamado Abraão dizendo-lhe: 'Seja honrado o teu nome, pois tem sido pai de muitos e tú não tens esposa como Abraão tinha Sara.Tua esposa és tua congregação' [11].

4) Dimensão escatológica do celibato: é um sinal da vida futura [12]

Jesus respondeu: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido. Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados. (Lc 20,34-36).

Pelo sacrificio do amor carnal humano, o sacerdote que por ofício deve orientar aos homens sobre o mundo que há de vir, é uma anticipação viva desta nova humanidade. Sua castidade é um grande avanço pelo que há de vir, tem valor escatológico e o tira do mundo atual vivendo o futuro. Como diz São Paulo: Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem ... os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa. (1 Cor 7,29.31).

2. Algumas objeções mais comuns contra o celibato

Recorramos agora a algumas das principais objeções que costumamos escutar contra o celibato.

1ª objeção: O celibato (castidade perfeita) é simplesmente impossível de cumprir.

Resposta: Ainda que não sejam muitos os que colocam esta objeção, temos de reconhecer que alguns a utilizam; por isso temos que considerá-la. A resposta é um argumento muito elemental: existem pessoas (e muitas) que tem vivido e vivem (com felicidade) a castidade perpétua, portanto, a castidade é possível. Paulo VI disse com formosas palavras ao recordar: 'a voz secular e solene dos pastores da Igreja, dos mestres espírituais, do testemunho vivido por uma legião inumerável de santos e de fiéis ministros de Deus, tem feito do celibato objeto interior e sinal exterior de sua total e gozosa doação ao ministerio de Cristo... Não podemos fechar os olhos diante desta magnífica e surpreendente realidade; existe hoje em dia na Santa Igreja de Deus, espalhados por diversas partes do mundo, inumeráveis ministros sagrados - diáconos, presbíteros, bispos- que vivem de modo incondicional o celibato voluntário e consagrado; e junto a eles não podemos deixar de mencionar as diversas ordens de religiosos, de religiosas, de jóvens e de homens leigos, fiéis ao compromisso da perfeita castidade vivida não por desprezo ao dom divino da vida, mas por um amor superior à nova vida que brota do mistério pascal; vivida com valente austeridade, com gozoza espiritualidade, com exemplar integridade e também com relativa facilidade' [13].

2ª objeção: O celibato não é uma exigência aos sagrados ministros no Novo Testamento, mas uma proposta como livre obediência a uma especial vocação ou carisma (cf. Mt 19,11-12). Jesus mesmo não impôs esta condição a seus Apóstolos, nem eles impuseram esta condição ao nomear aqueles que ficariam a frente das primeiras comunidades cristãs (cf. 1 Tim 3,2-5; Tit 1,5-6).

Resposta: É verdade. Mas também é certo afirmar que deu aos seus Apóstolos e seus legítimos sucessores a autoridade de legislar sobre os sacramentos e sobre a vida da Igreja (tudo o que ligardes na terra queda será ligado no céu e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu). Por outro lado, Jesus pessoalmente deu exemplo de virgindade; e recomendou a virgindade (Mt 19,12: Porque... há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.; cf. também o convite de Mt 19,29). E o Apóstolo São Paulo deu o mesmo exemplo e conselho (cf. 1 Cor 7,7). É daqui que desde os primórdios, muitos clérigos elegeram a virgindade consagrada. Com o tempo e levando-se tudo isto em consideração, a Igreja sancionou as duas tradições: no Oriente no ano 692 e no concilio de Trullo (em Constantinopla) se outorgou o atual costume para os católicos orientais (continência absoluta para os bispos e a permissão de contrair matrimônio para todos os clérigos inferiores antes da ordenação); no Ocidente o celibato obrigatório foi determinado para todos os sacerdotes no Concílio de Elvira (entre os anos 295-304) [14].

3ª objeção: A relação que se estabeleceu entre o sacerdócio ministerial e a sagrada virgindade é explicado por uma visão histórica, inspirada num excessivo pessimismo sobre a condição humana da carne e da sexualidade como algo indigno de entrar em contato com as coisas sagradas.

Resposta: Não se pode negar que houve autores eclesiásticos que deixaram escritos sobre a sexualidade com tons um tanto pessimistas; mas é também evidente que o Magistério da Igreja tem uma grande consideração ao matrimônio cristão, como podemos ver em tantos documentos dedicados a este sacramento; por isto não se pode afirmar fundamentalmente que a razão principal para se promulgar o celibato seja uma desvalorização do matrimônio ou da sexualidade. Pelo contrário, o que foi preparando a doutrina do celibato e o que fez possível sua aceitação, desde o século III, foi o costume de muitos clérigos de viverem o celibato e a difundido, tanto no Oriente como no Ocidente, pela livre prática entre os sagrados ministros. Muitos Padres e escritores eclesiásticos testemunham isso como Tertuliano, Santo Epifânio, Santo Efrén, Eusébio de Cesaréa, São Cirilo de Jerusalém, Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho, São Jerônimo [15].

4ª objeção: Restritamente falando o carisma da vocação sacerdotal não coincide com o carisma da castidade perfeita (exemplo disso é o caso dos sacerdotes orientais casados); por isso não é justo restringir o sacerdócio dos que tem vocação ministerial, mas não possuem vocação celibatária.

Resposta: Paulo VI responde a esta objeção recordando que é certo que ambos os carismas não se coincidem. Mas recorda também que 'a vocação sacerdotal, ainda que divina na sua inspiração, não se torna definitiva e operante sem o exame e a aceitação de quem possui na Igreja o poder e a responsabilidade do ministério ao serviço da comunidade eclesial; e pertence por conseguinte à autoridade da Igreja estabelecer, segundo os tempos e os lugares, quais devam ser em concreto os homens e quais os requisitos exigidos para que possam considerar-se aptos para o serviço religioso e pastoral da mesma Igreja.'[16].

5ª objeção: O celibato é uma das causas da escassez do clero (porque o peso da obrigatoriedade do celibato afeta a muitos). Se retirá-la solucionaria o problema.

Respuesta: Antes de tudo, o erro desta objeção é demonstrada em fatos: as igrejas ortodoxas e evangelicas afirmam que apesar da autorização do matrimônio não aumenta as vocações (e em alguns casos diminuem até a extinção) [17]. Paulo VI escreveu: 'Não se pode acreditar sem reservas que, abolido o celibato eclesiástico, as vocações sacerdotais cresceriam por isso mesmo e de forma considerável: a experiência contemporânea das Igrejas e das comunidades eclesiais que permitem o matrimônio aos seus ministros, parece depor em contrário. A rarefação das vocações sacerdotais deve ser procurada principalmente noutras causas: por exemplo, na perda ou na diminuição do sentido de Deus e do que é sacro nos indivíduos e nas famílias, e na perda da estima pela Igreja como instituição de salvação mediante a fé e os sacramentos.' [18].

Além disso: 'Nosso Senhor Jesus Cristo não temeu contar a um punhado de homens, que todos teríamos julgado insuficientes tanto em número como em qualidade, o encargo imenso da evangelização do mundo até então conhecido; e ordenou a essa "pequena grei" que não tivesse receio (cf. Lc 12,32), porque alcançaria com Ele e por Ele, a vitória sobre o mundo (Jo 16,33)... Os planos e a prudência dos homens não podem sobrepor-se à misteriosa sabedoria daquele que, na história da salvação, desafiou a sabedoria e o poder do homem com a sua insensatez e fraqueza (1Cor 1,20-31).' [19].

6ª objeção: Muitos sacerdotes vivem mau seu celibato, enchendo a Igreja de dor e escandalizando aos fiéis. Retirando a obrigação do celibato, o problema se solucionaria.

Respuesta: Esta é uma afirmação errada e é deprimente para os sacerdotes pensar nela como solução. O celibato é um dom e uma graça para o sacerdote e para a Igreja. Ela realça o sacerdócio. Suprimi-lo porque alguns sacerdotes não o vivem bem não é uma solução. A solução é deixar que busquem o sacerdócio somente aqueles que aceitem livremente vivê-lo em sua totalidade e que uma vez ordenados coloquem os meios ordinários para conservar a vocação e a castidade. Ninguém é obrigado a fazer a promesa de celibato; mas uma vez feita, está obrigado a ser fiel a sua palavra. Da mesma maneira que ninguém é obligado a se casar, mas uma vez casado é obrigado a ser fiel a seu cônjuge. A promessa de guardar o celibato tem menos valor que a palavra dada no matrimonio? Alguns esposos e esposas não são fiéis a seus cônjuges; deveríamos então remover a monogamia ou a fidelidade matrimonial para solucionar os problemas do casamento?

7ª objeção: O sacerdote, em virtude do celibato, se encontra em uma situação física e psicológica anti-natural e prejudicial ao equilibrio e crescimento de sua personalidade humana.

Resposta: 'A escolha do celibato é obra da graça, quando é feita com prudência humana e cristã e com responsabilidade. Mas a graça não destrói nem violenta a natureza: eleva-a e dá-lhe capacidade e vigor sobrenatural. Deus que criou e remiu o homem, sabe o que lhe pode pedir e dá-lhe tudo o que é necessário para poder fazer o que o Criador e Redentor lhe pede. Santo Agostinho, tendo experimentado ampla e dolorosamente em si mesmo a natureza humana, exclamava: "Dá o que ordenas e manda o que queres". ' [20].

Por isso, 'Depois do que a ciência deu como certo, não é justo repetir ainda (cf. n.10) que o celibato vai contra a natureza, por se opor a legítimas exigências físicas, psicológicas e afetivas, cuja satisfação seria necessária para a completa realização e maturidade da pessoa humana. O homem, criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,2627), não é somente carne, e o instinto sexual não é tudo nele. O homem é também e sobretudo inteligência, vontade, liberdade e, graças a estas faculdades, é e deve ter-se como superior ao universo: elas tornam-no senhor dos próprios apetites físicos, psicológicos e afetivos.'[21].

8ª objeção: O celibato somente é obrigatório para a Igreja latina e não para a oriental. Então por que não deixar a prática do celibato optativo em todos os ritos católicos?

Resposta: Na objeção não está bem expressado o lugar que o celibato ocupa na Igreja de rito oriental. As Igrejas Católicas de rito oriental tem o celibato e também a tradição do sacerdócio desposado. É notavel o valor que os Padres orientais sempre deram a castidade sacerdotal. Por exemplo São Gregório Niceno dizia que 'a vida virginal é a imagem da felicidade que nos espera no mundo futuro'[22]; e São João Crisóstomo: 'a quem se achega ao sacerdócio, convêm ser puro como se estivesse no céu' [23].

E o celibato é obrigatório para certos casos: somente os celibatários podem ser bispos; e os sacerdotes não podem contrair matrimônio depois de sua ordenação sacerdotal. 'Além disso, não será inútil observar que, mesmo no Oriente, somente os sacerdotes celibatários são sagrados bispos, e nunca os sacerdotes podem contrair matrimônio depois da ordenação; o que faz compreender como também aquelas venerandas Igrejas possuem, em certo modo, o princípio do sacerdócio celibatário e o de certa conveniência do celibato para o sacerdócio cristão, do qual os bispos têm o auge e a plenitude' [24].




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[1] Dezinger-Hünermann, n. 1809.

[2] Código de Direito Canónico, c. 277 § 1.

[3] Cf. Paulo VI, Sacerdotalis coelibatus, nn. 35-41.

[4] Cf. Presbiterorum ordinis, n. 16; Pablo VI, Sacerdotalis coelibatus, nn. 17-18.

[5] Cf. Sacerdotalis coelibatus, 19-25; Dillenschneider, Clément, Teología y espiritualidad del sacerdote, Sígueme, Salamanca 1964, 368-375.

[6] Santo Ambrósio, Exp. Evang. Luc., 4,7; CSEL 32,142.

[7] São Cirilo de Jerusalén, Catech. XII, c. 25; MG 33, 657.

[8] Tertuliano, De exhortatione castitatis, c. 13; ML 2, 930.

[9] São Gregorio, Hom. 13 in Evang. Lucae, ML 76, 1124.

[10] Orígenes, In Levit. hom., 6, c. 6; MG 12, 474.

[11] Santo Efrém, Carm. Nisibea.

[12] Cf. Sacerdotalis coelibatus, n. 34.

[13] Sacerdotalis coelibatus, n. 13.

[14] Cf. Denzinger-Hünermann, n. 118-119.

[15] Todos citados com suas respectivas obras na Enc. Sacerdotalis coelibatus, nota 20 (nota al n. 35).

[16] Sacerdotalis coelibatus, n. 15.

[17] Cf. Card. Höffner, Dez teses sobre o celibato, IV; en: AA.VV., Sacerdocio y celibato, BAC, Madrid 1972, pp. 469-470.

[18] Sacerdotalis coelibatus, n. 49.

[19] Sacerdotalis coelibatus, n. 47.

[20] Sacerdotalis coelibatus, n. 51; la cita es de Confess., X, 29, 40; PL 32,796.

[21] Sacerdotalis coelibatus, n. 53.

[22] São Gregorio Niceno, De Virginitate, 13; PG 46, 381-382.

[23] São João Crisóstomo, De Sacerdotio, III,4; PG 48, 642.

[24] Sacerdotalis coelibatus, n. 40.

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