A confusão entre pedofilia e efebofilia



Conta o professor Tonino Cantelmi, psicoterapeuta e especialista em psiquiatria
Por Mirko Testa

ROMA, sexta-feira, 16 de abril de 2010 (ZENIT.org).- A origem da tempestade da mídia que caiu sobre o secretário do Estado do Papa, cardeal Tarcisio Bertone, é uma simplificação, muitas vezes alimentada pelos meios de comunicação, que fazem confusão entre pedofilia e efebofilia.

Disso está convicto o professor Tonino Cantelmi, que é presidente da Associação Italiana de Psicólogos e Pisiquiatras Católicos (AIPPC), e ensina Psicopatologia na Pontíficia Universidade Gregoriana de Roma.

Em declarações a ZENIT, o psicoterapeuta aponta os agentes informativos como causadores, em parte, do equívoco: “A confusão feita ao comparar a pedofilia com a homossexualidade, creio eu, que parte disso diz respeito a vocês, jornalistas.”

“Muitas vezes lemos: sacerdote acusado de pedofilia por ter abusado de um menino de 13 anos. Mas isso não é pedofilia!”, afirmou.

“Certamente - acrescentou Cantelmi - o cardeal Bertone se referia à efebofilia, ou seja, à atração sexual por adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos”.

“E os abusos cometidos por membros do clero têm a ver principalmente com as crianças pós-púberes, e têm como protagonistas pessoas homossexuais”, explicou.

“Por honestidade, devemos dizer que a pedofilia não tem nada a ver com a homossexualidade – continuou. A pedofilia é uma doença, uma perversão grave que não está ligada à orientação sexual”.

Além disso, continuou, “a causa da pedofilia não é o celibato. O que desencadeia a pedofilia é um transtorno da personalidade que na maioria das vezes é narcisista, maligno, ligado as pessoas muito manipuladoras, de perfil antissocial e sádico”.

O professor Tonino Cantelmi afirmou ainda que a comunidade científica internacional é unânime sobre esse ponto: “não há nenhuma prova que possa demonstrar que o celibato está na origem da pedofilia. O celibato não tem relação com isso”.

“Tanto é que, dos 10.000 pedófilos ativos na Itália, a maior parte está formada por heterossexuais e por pessoas que têm família”, concluiu.

Comentários

Anônimo disse…
O nome da disfunção não é to importante quanto o fato de que na maioria dos países em que a igreja se viu envolvida em problemas do tipo, 11 anos não é idade o suficiente para consentir em ato sexual, caracterizando-se portanto de um crime cometido por aqueles que a própria instituição permitiu falar em seu nome. É portanto a instituição católica culpada e todos aqueles que participam dela sem recriminar em voz alta e claramente, cúmplices e estimuladores do crime.

Noto também que, quando convém, católicos adoram usar dados científicos para comprovar o que quer que seja ou se defender, ignorando tudo o mais que a ciência exige, como pensamento crítico e uso da razão. É muito divertido vendo vocês assim, sem rumo e desesperados ;)

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